Revolução Industrial
Usamos essa expressão para nos referirmos a todas as mudanças no trabalho industrial, que se deram a partir dos meados do século XVIII. A mais importante dessas alterações, ocorridas em primeiro lugar na Grã-Bretanha, foi a invenção de máquinas que produziam muito mais que o trabalho manual. As primeiras foram as máquinas de fiação e tecelagem. Homens, mulheres e até mesmo crianças trabalhavam nas novas fábricas, onde grande parte dais máquinas funcionava, a principio, pela força hidráulica, passando depois a ser movida a vapor. Newcomen inventou uma máquina a vapor, mais tarde aperfeiçoada por James Watt.
Surgiram então,
no séc. XIX, as estradas de ferro, que facilitaram muito o transporte
dos produtos manufaturados, tomando-os mais baratos. A invenção
dos ahos-fornos desenvolveu muito as indústrias de ferro e aço.
A população das cidades aumentou demais: um número
cada vez maior de pessoas deixava o campo para trabalhar nas fábricas.
O povo sofreu bastante com os vários problemas ligados a salários
e condições de vida, tendo a Grâ-Bretanha que importar
cada vez mais géneros alimentícios para suprir sua população
sempre crescente.
AS CIDADES E AS FÁBRICAS
Antes da invenção da máquina a vapor, as fábricas
situavam-se em zonas rurais próximas às margens dos rios,
dos quais aproveitavam a energia hidráulica. Ao lado delas, surgiam
oficinas, casas, hospedarias, capela, açude, etc. A mão-de-obra
podia ser recrutada nas casas de correção e nos asilos. Para
fixarem-se, os operários obtinham longos contratos de trabalho e
moradia.
Na
primeira imagem, um retrato do trabalho feminino na indústria.
Na segunda, um varredor de rua: como muitos, não possuia um trabalho fixo. |
Com o vapor, as fábricas passaram a localizar-se nos arredores das
cidades, onde contratavam trabalhadores. Elas
surgiam "tenebrosas e satânicas", em grandes edifícios
lembrando quartéis, com chaminés, apitos e grande número
de operários.
O ambiente interno era inadequado e insalubre, com pouca iluminação
e ventilação deficiente.
Até o século XVIII, cidade grande na Inglaterra era uma localidade
com cerca de 5 000 habitantes. Em decorrência da industrialização,
a população urbana cresceu e as cidades modificaram-se. Os
operários, com seus parcos salários, amontoavam-se em quartos
e porões desconfortáveis, em subúrbios sem condições
sanitárias.
As cidades tornaram-se feias e negras, envoltas numa atmosfera
fumarenta, estendendo por todos os lados seus subúrbios mal construídos.
(...) nelas desenvolveu-se uma vida urbana que a velha Inglaterra não
havia conhecido. Era a massa enorme e confusa do proletariado que ocupava
o formigueiro industrial com seu movimento disciplinado; a cima dela, dirigindo
para seu lucro todo o mecanismo da grande indústria, a
aristocracia manufatureira, a classe poderosa dos capitalistas fundadores
e proprietários das fábricas.
(mantoux, p., op.cit.p.)
autores: olga maria a. fonseca coulon e fábio costa
pedro
apostila: dos estados nacionais à primeira guerra mundial, 1995,
cp1-ufmg
OS GRANDES AVANÇOS TECNOLÓGICOS
Na primeira metade do século os sistemas de transporte e de comunicação
desencadearam as primeiras inovações com os primeiros barcos
à vapor (Robert Fulton/1807) e locomotiva (Stephenson/1814), revestimentos
de pedras nas estradas McAdam/1819), telégrafos (Morse/1836). As
primeiras iniciativas no campo da eletricidade como a descoberta da lei
da corrente elétrica (Ohm/1827) e do eletromagnetismo (Faraday/1831).
Dá para imaginar a quantidade de mudanças que estes setores
promoveram ou mesmo promoveriam num futuro próximo. As distâncias
entre as pessoas, entre os países, entre os mercados se encurtariam.
Os contatos mais regulares e freqüentes permitiriam uma maior aproximação
de mundos tão distintos como o europeu e o asiático.
No setor têxtil a concorrência entre ingleses e franceses permitiu
o aperfeiçoamento de teares (Jacquard e Heilmann). O aço tornou-se
uma das mais valorizadas matérias-primas. Em 1856 os fornos de Siemens-Martin,
o processo Bessemer de transformação de ferro em aço.
A indústria bélica sofreu significativo avanço ( como
os Krupp na Alemanha) acompanhando a própria tecnologia metalúrgica.
carro a vapor
A explosão tecnológica
conheceu um ritmo ainda mais frenético com a energia elétrica
e os motores a combustão interna. A energia elétrica aplicada
aos motores, a partir do desenvolvimento do dínamo, deu um novo impulso
industrial. Movimentar máquinas, iluminar ruas e residências,
impulsionar bondes. Os meios de transporte se sofisticam com navios mais
velozes. Hidrelétricas aumentavam, o telefone dava novos contornos
à comunicação (Bell/1876), o rádio (Curie e
Sklodowska/1898), o telégrafo sem fio (Marconi/1895), o primeiro
cinematógrafo (irmãos Lumière/1894) eram sinais evidentes
da nova era industrial consolidada.
E, não podemos deixar de lado, a invenção do automóvel
movido à gasolina (Daimler e Benz/1885) que geraria tantas mudanças
no modo de vida das grandes cidades. O motor à diesel (Diesel/1897)
e os dirigíveis aéreos revolucionavam os limites da imaginação
criativa e a tecnologia avançava a passos largos.
máquina a vapor usada em mina de carvão (séc. XVIII)
A indústria química
também tornou-se um importante setor de ponta no campo fabril. A
obtenção de matérias primas sintéticas a partir
dos subprodutos do carvão - nitrogênio e fosfatos. Corantes,
fertilizantes, plásticos, explosivos, etc.
Entrava-se no século XX com a visão de universo totalmente
transformada pelas possibilidades que se apresentavam pelo avanço
tecnológico.
fontes:
http://planeta.terra.com.br/arte/mundoantigo/industrial
Mota, Carlos Guilherme. Revolução Francesa (1995). 6ª
ed, Editora Ática.
Ilustrações: Jayme Leão