O ANEL MÁGICO DE FASTRADA
NOTA
Foi provavelmente ainda em vida de Carlos Magno que os trovadores e menestréis
começaram a exaltar em suas canções as histórias,
o valor e a fama do imperador e dos seus cavaleiros.
Essas canções e histórias pintavam então fielmente
os costumes e tradições daqueles tempos. Mas foram correndo
os anos. Morreu Carlos Magno; morreram os cavaleiros; morreram os menestréis
e trovadores que os cantaram. Outros menestréis foram surgindo - os
quais sucederam aos velhos bardos -, e também esses tomaram para tema
predileto de suas trovas o Grande Imperador e seus doze paladinos.
Mas esses bardos mais novos foram aos poucos se descuidando da fidelidade
da narração, de sorte que com o tempo foram aparecendo discrepâncias
nas diversas interpretações.
Há algumas histórias, por exemplo, cujo enredo assenta o fato
de trazer o cavaleiro o rosto oculto pela viseira -quando é certo que
no tempo de Carlos Magno o elmo não protegia assim o rosto: foi somente
mais tarde que se lhe acrescentou a viseira.
Além disso, essas histórias foram escritas em várias
terras, em épocas diferentes, por diversos bardos; de modo que nem
sempre coincidem as datas.
Quem escreveu esta história procurou corrigir essas discordâncias.
Ficaram, porém, elas tal como se acham nas diversas tradições,
sempre que foi possível tecê-las sem prejudicar a clareza e seqüência
da narrativa.