General Cordeiro da Cruz, vivido por Valberto FilhoEm destaque desmaio da esposa doente do PrefeitoReporter indagando o General, momentos antes de ser retirado á força do recinto pelos agentes do DOPS

Assim teve início o Live-Action "Tempos de Chumbo", realizado em 08 de maio de 1999 durante a III Convenção de R.P.G da Zona Norte. Ao longo da noite, uma série de acontecimentos inesperados surpreendeu os convidados. Logo no início da noite, um dos repórteres, em um ato de ousadia questionou a ética do General por ele não ter mencionado em seu livro de memórias, seu notório apoio à tortura. O repórter foi retirado a força do recinto e continuava a protestar. Em seguida, todos ouviram o som de um tiro e notaram que os protestos do repórter cessaram imediatamente.
A tensão crescia enquanto os membros da U.P.R começaram a circular pelo evento. Em um momento de desatenção, deixaram-se serem vistos em ação suspeita pelos agentes de segurança que os perseguiram e prenderam o líder remanescente do grupo, o camarada Pedro. Enquanto na enfermaria o general se recuperava de um tiro que passou de raspão em sua cabeça, em uma sala fechada Pedro era submetido a um interrogatório, onde foi espancado, mas nada disse.
Em um outro recinto, denúncias de corrupção colocaram o Governador do estado em maus lençóis enquanto o prefeito da cidade sujeitava-se a trabalhar para outro proeminente personagem em troca de um financiamento que seria aplicado no tratamento da rara doença a que padecia sua esposa.
O Live terminou com o seqüestro de Ulysses. Pedro foi libertado, mas o objetivo inicial da empreitada não se cumpriu, pois Jonas também havia perecido nos porões da ditadura.

Tempos de Chumbo contou com momentos inesquecíveis, como a entrada dos membros da U.P.R na festa. Os jogadores haviam recebido seus personagens com antecedência e começaram a partida com trajes "hippies" e barbas por fazer. Pouco antes de entrarem na festa, barbearam-se e vestiram roupas sociais "mais respeitáveis".
Em outro momento, durante o interrogatório de Pedro, podia se sentir a tensão no ar. Os agentes militares gritavam e simulavam uma surra em Pedro, que por sua vez gemia de dor, mas se recusava a revelar os planos.
Do lado de fora desta sala, Diana Arquimedes desesperava-se e fazia de tudo para tentar entrar, mas era impedida pelos seguranças que estavam guardando a porta da sala. Quando por fim conseguiu entrar, ajoelhou-se, colocando a cabeça de Pedro em seu colo e chorou copiosamente.
Dentre os jogadores que participaram deste Live, devemos destacar Igor Paneque, que interpretou o camarada Pedro, Alina Barrios, que viveu Diana Arquimedes, Valberto Filho, que encarnou o terrível general Cordeiro da Cruz, Rodrigo "Abelhinha" Mauro, que interpretou Miguel, outro membro da U.P.R , entre outros.

cartaz da III Convenção de RPG
mala direta da III Convenção de RPG

 

 

 

Live-action "Tempos de Chumbo"

O ano é 1971. A U.P.R (União Popular Revolucionária) encontra-se quase desmantelada, depois do último protesto em que participaram. Seu líder, o camarada Jonas foi preso junto com mais alguns companheiros, mas ao contrário destes, não foi solto.
Contrariando a maior parte do movimento, que resolveu voltar às suas vidas alienadas, alguns membros da U.P.R (coincidente seus fundadores) resolveram permanecer juntos e encontrar um jeito de libertar o camarada Jonas.
Inspirados no MR-8, que pouco antes havia obtido sucesso no seqüestro de um embaixador americano, os membros da U.P.R resolvem seqüestrar uma proeminente figura da imprensa nacional, o milionário dono da cadeia de comunicação Arquimedes, o sr Ulysses Arquimedes Filho.
Ulysses é pai de Plínio e Diana, dois jovens idealistas que tinham participação ativa nos protestos e movimentos estudantis da época. Plínio foi preso pela polícia durante o famoso XXX Congresso da Une, que se deu em Ibiúna em meados de 1968. Por ser um dos líderes do movimento, Plínio foi torturado à exaustão, mas nada revelou sobre os planos do movimento estudantil.
Ulysses, mesmo com toda sua influência não conseguiu libertar seu filho com vida da prisão. Desde então, sob a fachada de ferrenho defensor do governo militar, Arquimedes tem ajudado um grupo de jovens que se auto-intitulou U.P.R, financiando a publicação de um pasquim com alto teor revolucionário, "O Estopim". Dentre os membros do movimento, está a própria Diana, filha mais nova de Ulysses e noiva de Jonas, que foi preso recentemente.
O dia e o local escolhidos para a realização do seqüestro foi a noite de autógrafos do General Cordeiro da Cruz, da conhecida "Linha-Dura" do exército, que lançava seu livro de memórias na sede do jornal "O Correio da Nação", de propriedade de Ulysses, pela editora Arquimedes. O objetivo era resgatar Jonas e humilhar o General diante das dezenas de repórteres e autoridades nacionais que estavam presentes. Tudo feito com o aval de Ulysses, que via em tudo aquilo uma oportunidade de vingar-se pelo que tinham feito ao seu filho.