Nem bizantina, nem persa, nem lombarda.
Segundo alguns estudiosos, cada uma dessas placas, examinada isoladamente, é muito parecida com os broches que os bizantinos usavam para prender nos ombros suas túnicas - o que sugere que a obra tenha sido feita em Bizâncio. A qualidade artesanal do trabalho de ourivesaria é outro fator que leva a crer numa possível origem bizantina para a coroa, pois, na época de sua criação (provavelmente antes do século VI), a arte da Europa ocidental não dispunha de refinamentos estéticos e técnicos. E era comum a importação de obras de arte bizantinas.
Outras características da "coroa de ferro", entretanto, confundem os especialistas, dificultando a determinação exata de sua procedência. O esmalte que recobre as placas, por exemplo, nada tem em comum com a ourivesaria de Bizâncio, nem com os trabalhos persas da mesma época. E tampouco se assemelha às obras produzidas pelos ourives lombardos. Uma série de pesquisas realizadas em 1937 indicou que o revestimento das placas foi obtido através da fusão do pó de esmeralda e aplicado sobre os alvéolos segundo uma técnica remanescente de épocas muito remotas. Contudo, também este novo dado não permitiu tirar conclusões definitivas quanto à origem da obra, que continua obscura até hoje.